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sábado, 16 de outubro de 2010

Miriam Marroni apresenta balanço do primeiro ano de ações do Mães contra o Crack


Grupo é presenteado com cinco vagas gratuitas na Comunidade Terapêutica Shekinah

Oito novas "Mães contra o Crack" se apresentaram na reunião do grupo, na tarde de ontem (15), no hall de entrada do Plenarinho da Casa Legislativa Municipal. O local ficou pequeno para os mais de 40 participantes, que assistiram a um vídeo de retrospectiva das ações realizadas desde a fundação do movimento - em 20 de outubro do ano passado - e ouviram atentos as propostas e reivindicações elencadas pela vereadora e deputada estadual eleita que também coordena o grupo, Miriam Marroni (PT). Os presentes puderam fazer um verdadeiro balanço das atividades realizadas neste período.
A discussão sobre a falta de atendimento apropriado para a cada vez mais crescente demanda foi interrompida brevemente por uma boa causa: o pastor Gilnei Lourenço, coordenador da Comunidade Terapêutica Shekinah, anunciou a oferta de vagas para os filhos das mães integrantes do grupo. "Estou oferecendo cinco vagas gratuitas. Mas o próprio dependente tem de querer se internar". Na próxima semana será combinado entre o gabinete da vereadora e a coordenação da comunidade os critérios para seleção dos pacientes. "Ficamos muito agradecidas pela gentileza tão necessária. E vamos continuar lutando por mais do SUS", observou Miriam.
Inúmeras participantes deram depoimento para agradecer o apoio recebido da vereadora e pela amizade feitas com as outras mães, fato que, segundo depoimento, "deu um pouco de paz a minha vida e força para conseguir vencer a batalha". As novas integrantes também tiveram a oportunidade de contar suas histórias, sendo ouvidas com atenção, aplaudidas e bem recebidas pelo restante do grupo. Miriam é incansável em sua luta. "O recurso do Governo Federal existe, foi ampliado e já está disponível para a concretização das nossas demandas. Só basta o município se habilitar a recebê-lo e, para isso, é preciso elaborar projetos".
No encontro foi relatado ainda a reunião da vereadora Miriam Marroni com a Defensoria Pública, na última segunda-feira. Ela se reuniu com a defensora pública, Patrícia Alcântara, para estreitar laços com a defensoria com o objetivo de agilizar os encaminhamentos de internações compulsórias feitos pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara de Vereadores. Miriam foi acompanhada pela estagiária da Comissão e responsável pelo atendimento às mães e encaminhamento dos pedidos, Paula Ferreira Pereira, e também da integrante do grupo Mães contra o Crack, Sílvia Taborda. "Temos de entender que a dependência química é uma doença crônica, que tira dos usuários de crack a consciência da realidade e capacidade de decisão. A ação da droga no organismo é tão rápida e devastadora, que não dá para esperar até que os dependentes queiram se tratar. Essa espera é muito perigosa! Por isso a necessidade de agilização das internações compulsórias".

Como surgiu o grupo
A partir da angústia sentida pelo crescente números de mães que procuravam a Comissão de Direitos Humanos para pedir ajuda a seus filhos - e que desabafavam em tom de confissão pela vergonha da situação - a vereadora Miriam Marroni percebeu que precisava fazer algo para ajudá-las, na verdade, socorrê-las e a seus filhos. Frustrada com a falta de resposta das políticas públicas, organizou um grupo que iniciou com cerca de 20 mães - e que hoje já conta com quase 90 - para sair às ruas denunciar a situação, desde à proporção epidêmica tomada pela doença até a falta de atendimento apropriado, principalmente, pós-tratamento.
Dessa necessidade, nasceram as cinco principais bandeiras da luta do movimento: leitos em hospital geral, pronto-socorro psiquiátrico, convênios com comunidades terapêuticas, qualificação dos CAPs e programas de qualificação profissional e cotas de emprego para ex-dependentes químicos em tratamento e apenados no regime semi-aberto presos por pequenos delitos cometidos devido envolvimento com as drogas.
No grupo, as mães encontram ainda o apoio necessário, através da troca de experiências, para se sentirem menos sozinhas e desamparadas, percebendo que não são as únicas nessa situação. Através de diversos tipos de oficinas, as reuniões ajudam a fortalecer a autoestima daquela que é a estrutura de um lar, que dá a vida, a luz, carrega por nove meses um filho no ventre e não desiste nunca, mantendo-se persistente na sua luta constante para fazer com que seu filho vença, supere a doença. "Mesmo que para isso elas precisem pagar com o enfrentamento do preconceito de amigos e familiares que, na maioria dos casos, acabam se afastando. E não somente do usuário, mas também da pessoa que se mantém ao lado dele para ajudar, mesmo que para isso sofra discriminação e a rotulação de ter errado na criação daquele filho". Por isso, é preciso de um tratamento e acompanhamento específico para às famílias também, que acabam sofrendo ainda mais pelo sentimento de culpa carregado.

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