Imprensa livre entende a comunicação como direito humano, ao contrário da mídia tradicional, analisa a secretária de Comunicação do PT-POA
A secretária de Comunicação do PT-POA, Michele Sandri da Costa, conversou conosco nesta última semana. Mãe da Eduarda e secretária-executiva pós-graduada pela PUCRS, ela conta que começou a militar no PT quando estagiou na Metroplan – Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional, no período de 1999 a 2002, durante o Governo Olívio Dutra. Naquela ocasião, lembra, conheceu a grandiosidade do Projeto do PT. “Fui conquistada pelas transformações políticas e sociais que ali vinham sendo implementadas. Também pela vontade e capacidade política dos dirigentes que atuavam dentro daquela Fundação e demais espaços do Governo. Percebi, principalmente, o potencial do Partido que tem seu espaço de diálogo coletivo, que luta em busca da democracia, pluralidade, solidariedade e da eliminação das desigualdades”, conta.
Após esse período, em 2004, Michele assessorou o Secretário Municipal de Governo de Porto Alegre, Jorge Branco. Em 2007, trabalhou como funcionária da Secretaria de Finanças do PT Estadual e hoje assessora a Coordenação do Programa de Governo da Pré-Campanha Tarso Genro Governador.
Leia a entrevista na íntegraAsscom PT-POA -
Você está ocupando a secretaria mais contestada do PT, ao lado da de Finanças. Como tu lidas com isto?Michele - De fato, quando assumi eu não estava bem certa do que vinha pela frente, apesar de muito ter escutado nos corredores do partido, diziam que uma das maiores dificuldades no PT era a sua comunicação interna e externa. Então, resolvi observar os companheiros e companheiras e considerar como aliadas potenciais cada uma das pessoas com quem eu atuaria, porque de certa forma, todas dependemos umas das outras para essa construção, mesmo que inicialmente tenham me parecido muito diferentes do que eu em estilo e atitude. Comecei a buscar opiniões, preocupações e ideias das pessoas e acabei percebendo que a experiência na militância nos dá uma boa base para enfrentar as disputas e construir um trabalho sério e eficaz.
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Em entrevista ao nosso site, o vice-presidente da Executiva Municipal disse que o PT perdeu muito espaço na mídia e precisa voltar ao debate público. Tu concordas com isto?Michele - Concordo. A grande mídia, mesmo na era Lula, atua como partido político de oposição. Porém, o PT como outros setores do campo popular está convencido de que o sucesso do projeto de país iniciado no governo Lula, a manutenção destas conquistas e as possibilidades de avanço passam, necessariamente, pela disputa da opinião pública e sabemos que existe uma concentração da informação por parte dos grandes conglomerados de mídia, na contramão do que o partido defende. O que buscamos no PT é a informação independente, plural, tratada como direito do cidadão, para isso, temos sim que voltar a ocupar os espaços públicos de debate.
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Como tu avalias a mídia hoje?Michele - Os profissionais de mídia são formadores de opinião, mas a grande mídia não informa à população do que acontece no país e no mundo de forma imparcial. Ao contrário, vários segmentos desta mídia tomam partido, defendem posições políticas. Eles chegam a sonegar informações necessárias às pessoas para que formem a própria opinião sobre os acontecimentos.
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E quanto à mídia livre?Michele - É preciso criar outros espaços e com eles disputar a “agenda pública” e esse tem sido o papel de uma parte da mídia, independente, livre da imposição do poder do mercado. Pessoas comuns hoje são atores importantes no mundo da comunicação. Jornalistas ou não, informam, opinam, difundem informação de modo independente pela Internet. O movimento de mídia livre não é apenas uma construção de jornalistas e/ou militantes políticos de esquerda. Ele é muito mais amplo. Este movimento tem por princípio a liberdade como valor. Os midialivristas fazem comunicação porque a entendem como direito humano. As pessoas querem se comunicar, dizer o que pensam, opinar. Elas precisam fazer isso para se sentirem partícipes de uma sociedade democrática.
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Embora tu não sejas da área, aceitastes o desafio de cuidar da secretaria de comunicação. Como está sendo este trabalho?Michele - Um desafio, um aprendizado constante, com total apoio do Presidente e da Executiva Municipal. Neste momento, estamos atuando para a melhoria do diálogo do PT com a militância, a base e o conjunto da sociedade. Inicialmente, nossas duas principais ações no PT de Porto Alegre foram elaboração de um boletim informativo mensal em conjunto com a Bancada de Vereadores do PT - que informa a população e denuncia sobre os desmandos do governo municipal, levado às ruas na atividade chamada “PT Na Rua”-, e a criação de uma rede de mídia pró-PT, com discussões quinzenais com blogueiros, twitteiros, rádios e jornais comunitários, entre outros. Também propomos e faremos a partir de maio, o lançamento de um boletim eletrônico semanal, no qual o militante poderá se informar sobre as principais atividades envolvendo o PT no município durante a semana. Nosso projeto inclui, ainda, a reorganização, ampliação e modernização do site do partido, a valorização das instâncias partidárias através da ampliação do debate com todos os setores do PT, como núcleos, zonais, setoriais e executiva municipal, divulgando e promovendo entrevistas com esses militantes.
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E tua relação com a executiva, como está?Michele - Estou ocupando pela segunda vez uma vaga na Executiva Municipal, mas a primeira com um cargo específico. É sempre gratificante poder construir e implementar todas as questões relevantes para o Partido e difundir aos outros militantes as ideias e propostas partidárias. E a isso que tenho me dedicado. É por isso que tenho obtido dos demais membros da Executiva o apoio necessário ao desempenho da função dirigente a mim atribuída.
Por Tatiana Feldens – Asscom PT-POA
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